5 de junho de 2009

Técnicos de Saúde Mental questionam Ordem dos Médicos sobre "terapias de reconversão da orientação sexual"

Press Release das Panteras Rosa
"Aos Órgãos de Comunicação SocialAo Bastonário da Ordem dos Médicos

CENTENAS DE TÉCNICOS DE SAÚDE PEDEM CLARIFICAÇÃO DA POSIÇÃO DE RESPONSÁVEIS DA ORDEM DOS MÉDICOS SOBRE "RECONVERSÃO DA ORIENTAÇÃO SEXUAL"

São já várias centenas os técnicos de Saúde Mental, bem como de outras áreas da Medicina, que tomaram a iniciativa de subscrever a petição que solicita ao Bastonário da Ordem dos Médicos uma "clarificação urgente" das posições publicamente assumidas quer por este, quer pelo responsável do Colégio de Psiquiatria da Ordem sobre "terapias de reconversão da orientação sexual", manifestando simultaneamente a sua "profunda discordância" com estas posições "incorrectas" e que estão ao arrepio da posição internacionalmente reconhecida da Associação Americana de Psiquiatria, que data de 1973.
Os signatários solicitam igualmente a organização de um debate sobre a temática pela Ordem dos Médicos, bem como "uma tomada de posição do Colégio da Especialidade de Psiquiatria, após um debate entre os seus membros." Consideram ainda que "o sofrimento psicológico de muitas pessoas LGBT" não resulta "dos seus comportamentos, afectos ou identidades, antes é determinado por um contexto social marcado pela homofobia que se revela discriminatório."
Entre os subscritores da petição, encontram-se profissionais conhecidos da Psicologia e Psiquiatria como Júlio Machado Vaz, Caldas de Almeida, Daniel Sampaio, Francisco Allen Gomes, Isabel Leal , Gabriela Moita, José Gameiro, Margarida Gaspar de Matos, Nuno Nodin, Nuno Pacheco, Isabel Empis, Isabel Meneses, José Carvalho Teixeira, João Pais Ribeiro, Daniel Seabra, Manuel Guerreiro, Nazaré Santos, Ana Matos Pires ou Marta Crawford.
Neste sentido, defendem "que esse sofrimento resulta da interiorização de mensagens sociais negativas e que cabe aos técnicos de Saúde Mental reduzir a dissonância entre o peso destas mensagens interiorizadas e os sentimentos dessas pessoas, favorecendo a auto-aceitação, afirmação e validação da sua orientação sexual e da sua identidade sexual."
A petição, dirigida a técnicos de Saúde Mental - e que continua aberta à subscrição no endereço
http://www.peticao.com.pt/reconversao-da-orientacao-sexual - já foi, apesar desse âmbito, subscrita e comentada por centenas de cidadãos que não quiseram deixar de demonstrar a sua solidariedade com esta tomada de posição. A totalidade das assinaturas até ao momento e o texto completo da petição podem ser consultados no mesmo endereço."

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