"Quem somos: Somos um grupo de pais que se propõe lutar por uma sociedade mais justa, opondo-nos a todas as formas de discriminação. Pela forma como nos toca enquanto pais, concentrar-nos-emos preferencialmente no combate às formas de discriminação relacionadas com a orientação sexual.
O que sabemos e sentimos: Sentimos que muito falta fazer para que os homossexuais sejam aceites, possam assumir abertamente a sua identidade, exprimir os seus afectos, casar, ter igualdade de tratamento jurídico; em suma serem pessoas de pleno direito, serem cidadãos de plena cidadania.Sabemos que a aceitação da sua orientação pelos pais é um dos momentos mais marcantes, e fundamentais, na sua própria aceitação como pessoas. É um momento intenso para ambos. Na maioria das vezes sofrido, por ambos.Sabemos que muitos pais reagem de forma brutal a essa situação pelas expectativas que criaram em relação aos filhos, pelos preconceitos que circulam, e abundam, na sociedade, pela falta de informação resultante dos tabus que se têm perpetuado em torno da discussão aberta do tema.Sabemos que para os pais é difícil falar d@ seu filh@ homossexual; falar das suas relações amorosas, dos seus projectos de vida.Sabemos como são forçados a usar diferentes “histórias” para os seus diferentes filhos e quão dura lhes é essa discriminação. Fazem-no pelas reacções que essa abertura provoca nos outros; fazem-no pelo respeito que os filhos merecem, deixando-os decidir quando e a quem o fazer, dando por vezes um empurrãozinho, na abertura da porta desse tal “armário”. Toda esta situação exige dos pais uma atenção especial, difícil, paciente, cuidadosa.Também sabemos que os pais estão muito sózinhos, nem sempre sabem como agir da melhor forma. Andam eles próprios a aprender a ser pais, a como sair do seu “armário” de pais reprimindo o desejo de escancarar a porta toda, e celebrar todo o amor que sentem por esses filhos.
O que queremos: Queremos ser um grupo de pais que se oiçam, esclareçam, acompanhem.Queremos ser um grupo de apoio a jovens homossexuais que tenham dificuldade na sua relação com os pais.Queremos constituir um grupo de acção cívica ao lado dos nossos filhos e de todas as organizações que defendem os seus direitos.
Como pensamos fazê-lo: Procuraremos locais e momentos de encontro periódico, à medida da dimensão e situações que forem surgindo. Destes contactos se seguirão outras formas de acção dependendo das ideias que nascerem no interior do próprio grupo.Procuraremos marcar de alguma forma presença em todas as formas de encontro que digam respeito a esta causa."
In RIACHO
1 comentário:
Parabéns!! É uma felicidade saber que a nossa sociedade está a mudar, e que há pais, tão compreensivos, evoluídos, civilizados e que acima de tudo amam os filhos.
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